Intel Raptor Lake supera vendas do Ryzen 7000 durante estreiaNvidia GeForce RTX 4090 volta a surpreender e roda GTA 5 em 16K
A Nvidia agitou o mercado quando anunciou o Deep Learning Super Sampling (DLSS), técnica que utiliza Inteligência Artificial para renderizar games em uma resolução menor e gerar uma imagem final de resolução maior sem perdas significativas. A primeira geração foi criticada por não conseguir entregar uma boa qualidade, mas a gigante deu a volta por cima com o DLSS 2, que implementou novas tecnologias e algoritmos aprimorados, chegando a competir com resolução nativa. A AMD trilhou um caminho parecido com o FSR 1 em 2021, baseado em algoritmos espaciais (apenas dados do quadro atual são utilizados), e neste ano com o FSR 2, munido de dados temporais (informações de múltiplos quadros são utilizados). Nesse trajeto, mesmo sem hardware especializado, o time vermelho conseguiu ser bastante competitivo com as rivais GeForce, entregando qualidade similar. Com a chegada da linha RTX 4000, a Nvidia deu mais uma guinada com o DLSS 3, agora capaz de gerar quadros inteiros utilizando os novos Tensor Cores melhorados. Apesar de apresentar alguns artefatos e maior latência, a funcionalidade impressionou por manter boa qualidade de imagem e praticamente dobrar o FPS dos games compatíveis. Ao que parece, mesmo diante disso, a AMD estava preparada para esse momento. Com o FSR 3, anunciado nesta semana, a companhia promete dobrar a quantidade de quadros fornecida pelo FSR 2, como mostrou em uma demonstração da Unreal Engine 5. Utilizando o recurso de upscaling de 2ª geração, o projeto atingiu média de 60 FPS. No entanto, ao adotar o FSR 3, a mesma demo chegou a respeitáveis 112 FPS, quase duas vezes mais quadros por segundo. A AMD explica que, para esse feito, utilizou uma nova tecnologia chamada “Fluid Motion Frame”, mas não explicou seu funcionamento. O nome é similar aos Optical Flow Fields utilizados pelo DLSS 3 da Nvidia, e sugere que as Radeon RX 7000 podem estar usando a mesma ideia de interpolação de quadros, quando a GPU gera um quadro novo usando informações da imagem anterior e da seguinte, para o FSR 3. Essa possibilidade é reforçada pelo portal TechRadar, que revelou que o gerente-geral da linha Radeon, Scott Herkelman, afirmou durante o evento que os Fluid Motion Frames têm “um propósito similar, mas um funcionamento diferente” do rival do time verde, sem esclarecer melhor o que quis dizer. Seja como for, informações completas devem ser divulgadas nas próximas semanas, considerando que a tecnologia será lançada em 2023.
Linha Radeon RX 7000 traz núcleos de IA
Durante a apresentação, a AMD confirmou mudanças drásticas na arquitetura RDNA 3, que equipa as novas GPUs. Além de serem capazes de realizar duas operações de cálculo por pulso de clock, a RX 7900 XT e a RX 7900 XTX empregam núcleos dedicados para aceleração de Inteligência Artificial — algo similar aos Tensor Cores da Nvidia ou às XMX Engines da Intel. Essa é a primeira vez que uma Radeon para games utiliza esse tipo de estrutura, algo solicitado por parte dos usuários desde o surgimento do DLSS. Com isso, há uma chance considerável de que o FSR 3 utilize essas estruturas para algum tipo de aceleração, possivelmente relacionado à análise de quadros para a criação de um novo, caso haja mesmo interpolação na tecnologia. Dito isso, é difícil afirmar se esta será a abordagem, ainda mais diante das declarações de Scott Herkelman sobre uma execução diferente do DLSS 3. Outro ponto a ser levado em conta é a disponibilidade do recurso: tanto o FSR 1 quanto o FSR 2 têm código aberto, isto é, podem ser implementados por qualquer usuário que entenda de programação em qualquer jogo, sendo ainda compatíveis com qualquer placa de vídeo moderna, até de rivais. Se for baseado em hardware especializado, o FSR 3 poderia perder essa vantagem, ainda que haja uma solução para esse empecilho. Para contorná-lo, a AMD poderia seguir os passos da Intel, disponibilizando duas versões do FSR 3: uma que se apoia nos núcleos de IA da linha RX 7000, e outra aberta para todos, com um algoritmo diferenciado. Ainda assim, todas essas informações são palpites — é preciso aguardar por mais anúncios da gigante para entendermos qual será realmente o plano do novo método. Fonte: TechRadar, WCCFTech