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A demência canina, também conhecida como disfunção cognitiva canina (DCC, em inglês) é semelhante ao Alzheimer em pessoas. Isso significa que esta doença afeta o cérebro de forma progressiva e provoca mudanças comportamentais e cognitivas. Nos animais, tende a aparecer depois dos oito anos. Aqui, é importante explicar que nem toda mudança comportamental deve ser considerada demência canina, mas o conjunto de alterações e comportamentos pode ser um indicativo da doença. Outros problemas de saúde podem dificultar o diagnóstico. Neste cenário, o índice de subnotificação é grande, conforme apontam as pesquisadoras Susan Hazel e Tracey Taylor, da Universidade de Adelaide, na Austrália, em artigo para o site The Conversation.
Sinais e sintomas da demência em cachorros
O diagnóstico da demência em cachorro é feito através da análise comportamental. Entre os possíveis sinais que são indicativos para o quadro neurodegenerativo, estão:
Animais se sentirem perdidos dentro de casa;Cães ficarem presos por longos períodos atrás de móveis, porque “desaprenderem” a andar para trás;Mudança abrupta na busca por afeto (mais ou menos que o normal);Alterações no nível de atividade (ficar muito agitado ou não sair da cama);Dormir mais durante o dia e a acordar à noite;Caminhar ou latir, aparentemente, sem propósito;Maior nível de ansiedade e medo de sair de perto do tutor.
“Às vezes, cuidar de um cão idoso com demência é como ter um filhote novamente, pois eles podem ir ao ‘banheiro’ dentro de casa, mesmo que sejam treinados [para fazer as necessidades no lugar certo]. Também é mais difícil se lembrarem de alguns comportamentos básicos aprendidos durante a vida, e é ainda mais complicado para aprender novos”, explicam a dupla Hazel e Taylor.
Dá para prevenir a demência no cachorro?
Igual ao que acontece com os humanos, a demência canina não tem cura e a maioria dos tratamentos envolve reduzir e desacelerar os efeitos do declínio cognitivo. Em outras palavras, são cuidados paliativos que buscam garantir uma melhor qualidade de vida para o cão na velhice.
Estudo sobre demência canina
Para entender como a demência afeta os cachorros, cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, realizaram o maior estudo sobre a condição e publicaram os resultados na revista Scientific Reports. Na pesquisa, 15 mil cães norte-americanos e seus respectivos tutores foram recrutados. Cada tutor precisava informar sobre o estado de saúde do animal e a rotina diária de atividades físicas. Além disso, preencheram um questionário sobre a função cognitiva dos cachorros. Após análise dos dados, a equipe concluiu que cerca de 1,4% dos cães estavam com demência, independente do grau. Entre as descobertas emergentes, os autores do estudo destacam:
Para cachorros com mais de 10 anos, cada ano a mais de vida aumenta o risco de desenvolver a demência em mais de 50%;Cães menos ativos eram quase 6,5 vezes mais propensos a ter demência do que cães muito ativos.
Apesar das descobertas, não foi comprovada uma relação de causalidade entre os exercícios e o menor risco de demência. Por outro lado, pesquisas com roedores e humanos já observaram os benefícios da prática de atividade física na proteção do cérebro. “Estudos anteriores com modelos de roedores demonstraram que o exercício pode ter efeitos protetores contra o desenvolvimento de marcadores biológicos e subsequentes déficits comportamentais característicos da demência, e numerosos estudos observacionais em humanos mostraram consistentemente associações inversas entre exercício e demência”, lembram os pesquisadores, indicando os possíveis benefícios de uma caminhada. Fonte: Scientific Reports e The Conversation