Twitter, Meta e Microsoft: o que explica as demissões em massa das big techs?8 empresas que entraram em falência ou recuperação judicial em 2022

O documento ainda ressalta como alguns funcionários estão interpretando recentes decisões administrativas do Google como avisos de que demissões mais amplas podem estar cada vez mais perto de se tornarem realidade. A carta foi obtida pelo portal The New York Times, que conversou com 14 funcionários atuais e antigos da empresa. Diferente das outras grandes companhias da área tecnológica, o Google evitou cortes de emprego em grande escala. Segundo o analista da Evercore ISI, Mark Mahaney, ainda assim os investidores estão pressionando a empresa a adotar medidas mais “agressivas” para defender seus lucros.

Cortes de gastos

Mesmo com o faturamento de dezenas de bilhões de dólares neste ano, a Alphabet anunciou que o lucro do Google caiu 27% no terceiro trimestre, em comparação com o ano anterior — equivalente a US$ 13,9 bilhões (R$ 73,4 bilhões). Dessa maneira, nos últimos meses, o Google passou a adotar medidas para reduzir custos. Dentre as mudanças, estão: a adoção de um programa de agilização das operações, cancelamento de projetos e a redução do financiamento da Área 120, sua incubadora interna de produtos. Em setembro, a empresa encerrou um projeto com quase 80 funcionários, em que 14 trabalhadores perderam seus empregos. Segundo informações obtidas pelo The Times, um representante do RH da empresa disse a um funcionário que a possibilidade de demissões mais amplas durante o ano novo estava sendo revisada. O Google havia anunciado que a prioridade era diminuir custos em imóveis, viagens e benefícios, deixando as demissões por último. Em outra conversa privada entre funcionários, foi revelado que a empresa planeja fechar um pequeno escritório em Farmington Hills, Michigan, um subúrbio de Detroit, no próximo mês. Conforme anunciou a empresa, as reorganizações não visam diminuir a força de trabalho, mas algumas equipes podem eliminar funções à medida que a reavalia suas prioridades.

Novo sistema de avaliação de desempenho

Em maio, o Google instalou um novo sistema de avaliação de desempenho dos funcionários, o Googler Reviews and Development. Uma das principais preocupações dos trabalhadores que escreveram a carta é do Google usar a ferramenta para acelerar os cortes. Segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto, o sistema avalia os 2% com menor desempenho sejam classificados como tendo um “impacto insuficiente”. Outros 4% são considerados com tendo “impacto moderado”. As preocupações são de que esses 6%, cerca de 11 mil pessoas, poderiam ser demitidos. O novo sistema agora possui duas categorias para funcionários com atuação abaixo do desejado, contra apenas uma na versão anterior — o que levaria um grupo maior de trabalhadores na base. Além disso, a adesão do programa não foi bem-sucedida, com gerentes e funcionários confusos sobre seu funcionamento. A empresa disse que espera que os trabalhadores se sintam mais confortáveis com a ferramenta ao longo do tempo e acrescentou que possui uma política de não surpresas — o que significa que os funcionários saberiam com antecedência se seu desempenho estava cumprindo as expectativas. O Google também explicou que, antes de atribuir as duas classificações mais baixas, os gerentes devem notificar as suas equipes em reuniões de “check-in de suporte” e que os funcionários teriam indicações se seu superior quisesse adotar o plano de “melhoria de desempenho”, em que o funcionário tem até 60 dias para manter seu emprego. O The Times pediu que o Google comentasse sobre a ansiedade dos funcionários, mas não obteve resposta. O atual CEO, Sundar Pichai, disse em outubro que a empresa “se concentraria em um conjunto claro de prioridades de produtos e negócios”. Pichai também disse que iria desacelerar as contratações e “moderar” o crescimento de suas despesas. Fonte: The New York Times