Qualcomm pode lançar Snapdragon para desktops com “desempenho promissor"Exynos 2300 segue um mistério e pode acabar não saindo do papel
As primeiras novidades começam pela CPU, que segue alguns aspectos do antecessor Dimensity 9000, como as frequências e a configuração dos núcleos, enquanto embarca mudanças importantes. A disposição segue o padrão de 1 + 3 + 4 núcleos, mas utiliza tipos novos lançados nesse ano — a composição é feita por 1 Cortex-X3 de máxima performance rodando a até 3,05 GHz, 3 Cortex-A715 de alto desempenho operando a até 2,85 GHz e 4 Cortex-A510 de alta eficiência a até 1,8 GHz. A fabricação é responsabilidade da TSMC, no processo N4P de 4 nm, uma versão aprimorada do N4 utilizado pelo Dimensity 9000 combinada com ajustes da própria MediaTek, e há um total de mais de 17 bilhões de transistores — quantia bastante respeitável quando consideramos que o A16 Bionic, processador da Apple para o iPhone 14 Pro, também utiliza o processo de 4 nm da TSMC, mas embarca “apenas” 16 bilhões de transistores. Essas características levariam o lançamento a oferecer 10% mais poder de CPU com consumo 25% menor. Um ponto interessante é que o Dimensity 9200 é o primeiro chipset para o mundo Android a ser exclusivamente 64-bit, ou seja, lê apenas instruções nesse formato, abandonando o antigo 32-bit. Essa transição já estava sendo feita há alguns anos, conforme o Google exigia que aplicativos novos obrigatoriamente tivessem versões 64-bit, mas agora é consolidada com a estreia do processador. Vale lembrar que o Pixel 7 foi o primeiro smartphone a ser totalmente 64-bit, mas fazia isso via trava de software. Também está de volta do ano passado a configuração de cache, já razoavelmente robusta: são 8 MB de cache L3 e 6 MB para o sistema, quantidades já maiores que as encontradas no Snapdragon 8 Gen 1, por exemplo. Além disso, superando a Qualcomm, a plataforma estreante da MediaTek é a primeira a contar com suporte a memórias LPDDR5X, trabalhando em altíssimas velocidades de 8.533 Mbps, e armazenamento UFS 4.0, de 23,2 Gbps, o dobro da velocidade do padrão UFS 3.1.
GPU Immortalis G715 traz Ray Tracing
O processamento gráfico fica a cargo da GPU estreante da ARM, a Immortalis G715 MC11, de 11 núcleos, que promete um salto de 32% em desempenho em comparação à Mali-G710 utilizada pela geração anterior, mantendo o nível de consumo. Junto ao grande salto de performance, a maior mudança proporcionada pelo chip gráfico é o suporte à aceleração de hardware para Ray Tracing, a técnica avançada (e bastante pesada) que replica o comportamento real da luz em games e outros programas. Com isso, o Dimensity 9200 é o segundo chipset do mundo a ter acesso a essa tecnologia, perdendo apenas para o Exynos 2200 da Samsung. Apesar de bem-vindo e animador, vale lembrar que a presença do recurso não garante que veremos jogos complexos com Ray Tracing chegarem logo aos celulares. Os desenvolvedores de games precisam ter o interesse de implementar a tecnologia e, mais ainda, otimizá-la para os smartphones, algo que deve exigir bastante esforço considerando o trabalho árduo já feito no PC e consoles. Mesmo assim, a inclusão da função já é o primeiro passo para que isso ocorra. A Immortalis G715 também é poderosa o suficiente para comportar telas Full HD+ com taxa de atualização de 240 Hz, e chega a suportar painéis 5K a 60 Hz, ainda que o mais provável é que vejamos aparelhos adotarem displays em um meio-termo dessa especificação. A GPU trabalha em conjunto com o MiraVision 890, o processador dedicado para a tela, que utiliza IA para aprimorar as cores e o brilho, entregar melhores resultados na reprodução de HDR e até realizar o upscaling de imagens para a resolução nativa do painel.
Novas APU e ISP para fotos com IA aprimoradas
Outros pontos a receberem atenção da MediaTek nesta geração são o processamento de imagem, com o novo ISP Imagiq 890, e Inteligência Artificial, com a APU 690. Além de aprimorarem o desempenho e a eficiência energética, com promessas como 25% de redução de consumo e 35% melhor desempenho, esses componentes habilitam novidades como a estreia do suporte nativo a sensores RGBW (com um quarto pixel branco), que ampliaria a captação de luz em 30%. Também há suporte a gravações com HDR em múltiplas câmeras, vídeos em 8K a 30 FPS com consumo 12,5% menor, e um trabalho conjunto de ISP e APU para turbinar o pós-processamento, entregando melhores resultados na detecção de bordas para o modo retrato, ampliando a saturação das imagens de maneira inteligente, utilizando dados de dois sensores simultaneamente para evitar borrões em capturas de longa exposição e mais. Sozinha, a APU também promete proporcionar melhores funcionalidade de IA fora das câmeras, como reconhecimento de voz, graças a upgrades no Acelerador de Deep Learning (DLA) e na eficiência da memória compartilhada usada pelo componente.
Recursos de conectividade estreiam Wi-Fi 7
Fechando o pacote de recursos inéditos, o conjunto de conectividade do Dimensity 9200 faz dele o primeiro chipset premium da MediaTek a contar com 5G mmWave — as gerações anteriores eram limitadas ao Sub-6 GHz, com menores picos de taxa de transferência. No entanto, assim como os antecessores, o processador suporta o modo Dual SIM Dual Active, mantendo ativos com sinal de alta velocidade ambos os chips SIM do smartphone em que está equipado, caso este seja Dual SIM. O chip também é o primeiro do mundo a ser compatível com Wi-Fi 7, com downloads que chegam a 6,5 Gbps e, utilizando a tecnologia Wi-Fi UltraSave, o lançamento reduziria o consumo em até 70%. O Dimensity 9200 embarca ainda Bluetooth 5.3 e seria a primeira plataforma mobile a entregar áudio sem fio “a nível de estúdio”, por possibilitar transmissões em 24-bit com amostragem de 192 kHz — algo que, vale lembrar, exige um fone compatível. O MediaTek Dimensity 9200 estreia ainda em 2022 em smartphones topo de linha, mas marcas que adotarão a solução ainda não foram anunciadas. Dito isso, a companhia afirmou aos jornalistas presentes no evento de lançamento que celulares equipados com o novo chipset “terão maior disponibilidade” que os modelos munidos do Dimensity 9000. Fonte: MediaTek, Android Authority