A informação surge apenas algumas semanas depois de o Facebook ter anunciado o fim do projeto Aquila, um gigantesco drone que tinha o mesmo objetivo: fornecer acesso à internet em localidades muito afastadas, que não contam com infraestrutura adequada de telecomunicações ou têm serviços interrompidos por desastres.
Mas o Aquila tinha falhas que inviabilizaram a iniciativa. Apesar de o Facebook ter dito que o drone realizou voos com sucesso, só no anúncio de cancelamento é que a companhia revelou que a aeronave colidiu com o solo em pelo menos duas aterrissagens. Na ocasião do cancelamento, o Facebook deu a entender que o Internet.org — divisão responsável por projetos de inclusão digital — continuaria trabalhando em outras iniciativas para acesso à internet. A companhia confirmou recentemente à Wired que o satélite Athena faz parte desses esforços. No entanto, emails enviados por advogados à FCC (entidade norte-americana equivalente à Anatel) indicam que as tratativas começaram muito antes. As primeiras mensagens remetem a 2016 e fazem referência a uma empresa de nome PointView Tech que, mais tarde, também passou a ser chamada de FCL Tech. Em maio deste ano, os advogados passaram a se referir diretamente ao Facebook em vez de PointView Tech / FCL Tech. Os detalhes do projeto são escassos, porém. O Facebook informou apenas que acredita que “tecnologias de acesso por satélite serão um importante facilitador da próxima geração de infraestrutura de banda larga”. Até agora, sabe-se apenas que a companhia protocolou um pedido na FCC para exploração do Athena. A previsão é a de que o satélite seja lançado no início de 2019.
Curiosamente, essa não é a primeira vez que o Facebook cogita levar internet a lugares remotos com satélite. A companhia desenvolveu um projeto do tipo em 2014, mas desistiu no ano seguinte, aparentemente por conta dos custos elevados. Não está claro se o Athena tem alguma ligação com o projeto cancelado. De todo modo, iniciativas para banda larga baseadas em satélites são cada vez mais consideradas. A SpaceX também planeja oferecer internet por satélite a partir de 2019, só para dar um exemplo. Certamente, infraestruturas baseadas em fibra óptica e antenas de telefonia celular são as ideais para serviços de banda larga. Mas, além de questões econômicas, muitas regiões não têm acesso a esses equipamentos por conta de características geográficas que inviabilizam ou dificultam a sua instalação. Esse cenário abre espaço para tecnologias alternativas. Prova recente disso vem da Loon, empresa “irmã” do Google: recentemente, a companhia fechou um acordo com uma operadora móvel para usar os balões do Project Loon no Quênia.